Você já ouviu falar de uma cidade chamada Água Verde lá no Ceará? Foi lá minha segunda aventura na infância.
Contava-se uma lenda de certo monstro que habitava as águas daquele lugarejo, talvez uma versão tupiniquim da lenda européia. Mas o bicho da Água Verde, dizem, era um Jacaré, mas sabe-se lá...
Eu me lembro, o tio Geraldo casado com a tia Lôlo, passou em nossa casa com sua Rural verde e branca e lá fomos nós. O carro super apertado. Eu no colo da mamãe. Acho que passados vinte minutos de estrada eu já estava dormindo, quando acordei já estava bem pertinho segundo meu pai, pois de cinco em cinco minutos na minha ansiedade eu o perguntava: "- Já tá perto?"," - Tá bem pertinho", dizia ele pacientemente.
Ao chegarmos na casa do tio Leão, foi uma farra. Cearenses que se encontram depois de algum tempo sempre fazem festa.
Algumas manguitas depois, fomos para o rio tomar banho e pescar. Depois de muita brincadeira, as pessoas foram saindo. Enfim, fiquei só com minha vara de pescar sentado em um pedra. De repente, algo belisca meu anzol. Seria um peixe ou seria o bicho da Água Verde? Meu coração acelerou. Fiquei de pé e comecei a puxar a linha, depois de brigar muito com minha dúvida, consegui puxar o danado. Não era o bicho, mas algo que para mim , menino de nove ou dez anos, foi aterrorizante, um mussum enorme (pescador que é pescador não pega peixe pequeno). Saí correndo e deixei lá a vara e aquela coisa preta que eu não sabia o que era.
Foi inesquecível, viajar para Água Verde com a 'familharada', passear entre as árvores e brincar com meus amigos lá.
Fiz muitas outras viagens na infância, não eram longas, mas verdadeiras aventuras na minha fantasiosa mente. Viajei na carretinha de uma lambreta com meu pai e um corretor de imóveis que queria vender um terreno para o papai. Viajava para o Eusébio com o padre Jessé e a meninada do Santo Inácio para jogar bola. Que farra! Depois do jogo, o padre nos vendia caldo de cana.
Confesso que vivi! Eu era feliz e nem sabia!
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