Estava a voar,
quando subitamente um sumo amarelo
de aroma e sabor cítricos pousou em
minhas mãos.
Cubos de gelo a boiar e bolhas na surpefície,
me remeteram à infância,
Lá em cima da torre da igreja Cristo Rei.
De lá, deitado, eu via nas nuvens: carneirinhos,
cavalos e vários outros bichinhos.
Via gente feliz e gente triste. Umas pessoinhas gordas
outras bem magrinhas.
Quando eu descia da torre, corração em taquicardia,
adrenalina a milhão, eu era a criança mais feliz do planeta.
cheio de aventuras para contar aos meus pares, que de olhos arregalados,
contavam-me também suas peripécias.
Mergulhado nesse sumo, quase me afoguei.
Não fôra a respiração boca-a-boca ressuscitante da mulher que amo.
Essa boca que me salvou tantas vezes;
Essa sotereologia maravilhosa e tão humana,
Que não cabe em manuais, mas apenas no afeto com que me afetas:
Os afetos dos amantes.
Os teus beijos me salvam, me dá vontade de viver,
me dá vontade de ter vontade,
me dá vontade de você.
Para Salete!
Vôo entre São Paulo e Fortaleza,
12/13 de Julho de 2010.
Otacílio Pontes.
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